Conheci pessoalmente Passos Coelho e Miguel Relvas quando tinha 17 anos, quando me inscrevi em 1983 na Juventude Social-Democrata.
Ambos eles liam e citavam abundantemente Marx, Engels e Lenine e faziam-se acompanhar de obras várias sobre o socialismo e social-democracia.
Foi o início da minha militância na JSD e logo a seguir no PPD/PSD, que só vim a terminar em 1999, pedindo a minha desfiliação, quando Durão Barroso, outro conhecido esquerdista, oriundo do comunismo maoísta do PCTP/MRRP, chegou a Presidente do PSD.
Logo percebi que a ligação entre Passos Coelho e Relvas era muito próxima, a confiança entre eles e os seus seguidores deram-me a perceber que tinham uma enorme ambição pessoal de chegarem à Presidência do PSD e, posteriormente, ao Governo.
Passados 28 anos haviam de chegar ao poder, estava consumada a sua longa caminhada carreirista pelo PSD, coincidindo com Cavaco Silva, um social-keynesiano, a Presidente da República.
E a ideologia do Governo marxista de Passos Coelho mostrou-se: não privatizou qualquer empresa pública, não baixou a despesa pública, antes pelo contrário, aumentou o intervencionismo estatal na economia, expropriou o pouco rendimento disponível dos particulares e das empresas e elevou a carga fiscal ao nível do rédito e da expropriação.
À conta desta política continua a não se permitir florescer uma economia privada, nem um país de pessoas e empresas livres, dinâmicas e competitivas, antes pelo contrário, o Estado serve para privilegiar e proteger o parasitismo político, a ineficiência, o desperdício e o clientelismo.
Na Concertação Económica e Social, paradoxalmente um resquício ideológico do Estado Corporativo e salazarista, cria-se a aparência de um debate social e de classes que só serve os desígnios da Partidocracia vigente e dos seus clientes, grupos, empresas, pessoas e sindicalistas parasitas.
É apenas mais uma flagrante prova da asfixia de uma verdadeira democracia cívica e humana de pessoas e cidadãos livres!
É o Portugal no seu pior, à luz da sua vigente Constituição Política esquerdista e terceiro-mundista, enfermo, por um lado, pelo socialismo, a social-democracia e o comunismo de Estado, e, por outro lado, pela inveja social e humana do povo português.
(artigo do autor publicado na edição de 1 de Abril de 2013 do mensário regional Horizonte, de Avelar, Ansião, Leiria - http://www.jhorizonte.com)