Para o comum e grande maioria dos portugueses o debate de ideias e o seu livre exercício sempre causaram muita perplexidade e, até mesmo, paradoxalmente, confusão.
A democracia sempre foi, tragicamente, de molde a confundir a maioria dos portugueses.
O exercício da liberdade de expressão, o direito à diferença, a democracia popular, a espontaneidade e a rebeldia dos jovens, a identidade pópria dos grupos, as particularidades das minorias, toda as diferenças e todas as divergências nunca foram benquistas, o que se percebe bem e o que também bem se compreende: as pessoas, em regra, o que é muito característico dos portugueses, lidam e encaram mal a liberdade de expressão dos outros, bem como as diferenças culturais e políticas.
Esta repugnância pela diferença, pelo oposto e pela diversidade, atitude que aliás é bem vincada e culturalmente portuguesa, bem se podem reconhecer em tudo o que vai para além das suas serventias e dos seus estreitos caminhos mentais, ou seja, tudo o que se apresenta sob a forma e pelos meios abertos e largos das auto-estradas e dos caminhos largos da informação, do debate e da discussão, tudo isso é de maneira a confundir e a aborrecer os espíritos provincianos e tacanhos dos "portugas".
Esta forma de portugalidade é, sem dúvida, um caso lamentável, profundo, enraízado e generalizado sub-desenvolvimento de Portugal e dos portugueses.
Ora, um povo assim alicerçado sem fibra ética nem moral democrática, nem plural ou universalista, não tem, nem pode ter, nem futuro nem solução para si mesmo.
E, somando-se a esse handicape, ainda e também encontrando-se despido de valores éticos e sem rumo moral e espiritual, este povo caminha certamente para a sua completa perdição.
E os governantes continuam a continuar com o estado abúlico do seu povo para continuar a sua senda de rapina e desmando.
Democracia precisa-se para Portugal.
A emergência portuguesa, não é seguramente económica.