Ideias e poesias, por mim próprio.

Sexta-feira, 4 de Setembro de 2015
A nova censura

A honestidade não tem preço, mas o atual Estado Português tem, teve e continuará tendo, os meios e as posses para comprar consciências.

Não admira que Portugal, por via do Estado, tenha chegado a uma tamanho desastre – catastrófica dívida pública, elevados índices de corrupção, despesismo, ineficiência e parasitismo públicos, etc., etc. - e, mesmo assim, este regime político subsista e, com os votos dos portugueses, continue se replicando passados mais de 40 anos.

O Estado Português, para a salvação de Portugal, só poderá voltar a ter dignidade quando uma outra diferente consciência paute a conduta dos agentes públicos.

Os 41 anos de sucessivos Governos do arco da corrupção, contando com o colaboracionismo da esquerda do “contra”, conduziram Portugal a um sistema de saque fiscal sob o qual vamos progressivamente definhando.

E, de modo a manterem este estado de coisas, recentemente a Assembleia da República aprovou a nova lei da cobertura informativa das campanhas eleitorais - Lei n.º 72-A/2015 de 23 de julho - para que as alternativas democráticas sejam caladas e censuradas.

Na calada da noite, com uma velocidade desconhecida em Portugal, os partidos do Governo, PSD e CDS, e os Socialistas chegaram a um acordo para aprovar uma lei que restabelece a censura prévia dos meios de comunicação na próxima campanha eleitoral.

Voltamos assim ao tempo da "outra senhora", à lei da "rolha" e ao “lápis azul”, o fascismo voltou pela mão dos atuais partidos parlamentares.

Esta lei da rolha para os novos partidos, seus programas e líderes, é em si mesma inconstitucional, sendo certo que o é também por aparecer ao fim de décadas de democracia, precisamente num contexto de novas lideranças contestatárias dos partidos instalados, o que vicia a democracia e o próximo ato eleitoral.

Corajosamente, alguns pequenos partidos denunciaram a censura informativa imposta nas próximas eleições legislativas, internacionalmente correm notícias de que Portugal vive já sob a censura prévia!

O mau caso dos portugueses é a sua fraca consciência social e política que, por abstenção e ou indiferença, vão apascentando a mordaça da democracia e da liberdade.

A Constituição da Republica Portuguesa servem o ópio do povo, a censura e a opressão que se abatem sobre os portugueses provam o atual quadro político totalitário.

A resposta popular de indignação pode dar-se já nas próximas eleições legislativas, basta que os portugueses votem massivamente pela mudança!

 

(artigo do autor publicado na edição de 1 de Setembro de 2015 do mensário regional jornal "Horizonte", de Avelar, Ansião, Leiria - http://www.jhorizonte.com)

 

horizontesetembro.jpg

 

 

 

 

 



publicado por Sérgio Passos (twitter: @passossergio) às 19:20
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Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015
A ERC: regulação da comunicação social, ou o eufemismo para a censura, a desinformação, o lápis azul e a pressão jornalística e política.

Ora, para quem nunca percebeu para o que serve, a Entidade reguladora da Comunicação Social (ERC), segundo os seus Estatutos, destina-se a realizar a supervisão e a intervenção por intermédio do seu Conselho Regulador de todas as entidades que, sob jurisdição do Estado Português, prossigam atividades de comunicação social, aqui fica a explicação do seu real funcionamento: 1) como já estamos a ver encontram-se sob a efetiva tutela do PSD e do PS que, à vez e em alternância governativa, negociam e nomeiam por acordo da maioria da Assembleia da República os seus boys ou girls para o respetivo Conselho ou Direção, e cabendo-lhes à vez o lugar e a escolha do respetivo Presidente;  2) tem ao seu cargo 5 diretores, 1 Fiscal e 70 funcionários, não se sabe muito bem a fazer exatamente o quê, mas seguramente podemos dizer, sem ironia ou cinismo, que não hão de por lá faltar jornais e revistas para lerem e, esperamos sinceramente, que nunca lhes falte também o café para não lhes dar o sono ao lerem as notícias maçadoras da nossa comunicação social ou a ouvirem, ou verem, os noticiários repetidos e enfadonhos das rádios e das TV´s nacionais; 3) em 2014, segundo previsões, estimativa e números indiretos, porque ela ainda não publico o seu relatório de contas e atividades, recebeu diretamente da Assembleia da República a subvenção de € 1.707.762 e cobrou ainda, o que fez seus, referentes à taxa de regulação e supervisão paga pelos órgãos de comunicação social, a quantia de € 1.500.000, tendo, portanto, custado aos contribuintes portugueses a quantia total e nada modesta de mais de 3,2 milhões euros; 4) cada um dos seus diretores recebe de vencimento mensal bruto e de despesas de representação a quantia total de € 6.415,99 e aquele fiscal a de € 1603,85.

É claro que a ERC, tal como existe, com os seus cinco diretores e setenta funcionários, serve essencialmente como um instrumento de pressão e controlo político-partidário sobre a comunicação social.

A escolha dos membros do Conselho Regulador por via exclusivamente parlamentar e negociada entre os dois principais partidos políticos, o PSD e o PS, serve por excelência a estes dois partidos e às suas conveniência e alternância no poder de há mais de 30 anos.

Aliás, a escolha dos diretores da ERC, feita por necessário acordo entre o PSD e o PS, é a clara prova da sua partidarização e, mediatamente, a forma pelo qual o poder governamental, ora do PSD ora do PS, suportados pelo seu respetivo partido e pela respetiva maioria na Assembleia da República, tendem para o controlo da comunicação social e da informação noticiosa em Portugal.

E se dúvidas houvesse quanto a esta informação condicionada, encontramos como a sua segunda muleta ou o seu segundo par de algemas no complexo e pesado aparelho televisivo e radiofónico RTP-RDP-LUSA.

A derradeira e verdadeira vítima desta partidarização da comunicação social e, portanto o resultado último do condicionamento informativo e das inerentes liberdades de expressão, de informação, é a própria democracia.

A democracia portuguesa é na verdade uma democracia amordaçada, sem uma boa liberdade informativa e sem a necessária transparência da vida política nacional.

Os poderes político e governativo portugueses, com o assento do Bloco Central de interesses na Assembleia da República espelhado naqueles dois partidos, ficam assim, por via deste amplo condicionamento direto sobre a informação e uma grande parte da comunicação social portuguesas, ou e residualmente o fazem por via das alianças com o poder económico e empresarial, impunes e imunizados ao escrutínio popular.

O poder político parlamentar e governamental, como tem vindo a acontecer desde há mais de 30 anos, encontram-se a viver em redoma fechada e podem hoje já confiar quase absolutamente que as suas atividades, quaisquer que elas sejam, criminosas e ou delituosas, jamais serão alvo da “curiosidade” popular ou pública.

E já era assim nos tempos da antiga e anterior Alta Autoridade para a Comunicação Social.

Contudo, nos últimos tempos algumas pessoas como ex-ministros socialistas Santos Silva e Rui Pereira, Pinto Balsemão e o próprio presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia, entre muitos outros, têm vindo a pública defender a eliminação, pura e simples, da ERC, e defendendo a alternativa da autorregulação jornalística.

E neste sentido, têm apontado que seria saudável para a democracia que a discussão, resolução e especialmente a profilaxia das questões relativas à comunicação social e à liberdade informativa e liberdade dos jornalistas, das liberdades de informar e de ser informado, sem quaisquer condicionamentos, pressões ou limitações, resultassem de um processo de co regulação aberto e participado em que a participação dos jornalistas, das empresas, das universidades, dos representantes dos cidadãos e de outros criadores, se fizesse sem qualquer condicionamento ou interferência dos interesses e os apetites dos Partidos políticos, dos seus agentes e ou das suas propagandas.

Há hoje a clara ideia de que uma verdadeira informação independente e isenta, bem como o jornalismo livre e democrático, só poderão ser alcançados absoluta e totalmente quando não mais for possível qualquer interferência mínima do poder políticos, e nem sequer permaneça uma sua possibilidade eventual e nem de em abstrato acontecerem.

O poder político e governamental, por tenderam a ser opacos e fechados, portanto como sabemos, a serem mentirosos e manipuladores, jamais e nem sequer remotamente deveriam conseguir tocar na liberdade sagrada da transparência jornalística, de tal modo que a democracia e a liberdade decorram de tal maneira cristalinas que nunca se crie a suspeita dos seus mínimos condicionamento, cerceamento ou obstrução.

E para esses fins e efeitos, a ERC devia ser imediatamente extinta, assim como tudo se fazendo em ordem à separação entre o mundo da política e da governação e o mundo da comunicação social e, sem menosprezar, a poupança do dinheiro dos contribuintes.

 

erc.jpg

 

 



publicado por Sérgio Passos (twitter: @passossergio) às 18:55
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Sábado, 11 de Janeiro de 2014
É o Ministério Público ou é a PIDE?
Propostas como as de espiar, estropiar profissionalmente, ou punir com penas capitais os jornalistas, só consigo lembrar as semelhantes medidas que são praticadas em ditadura, ou em regimes totalitários. Mas é o que acabamos de ouvir a pessoas ilustres ligadas ao Ministério Público, logo ao Órgão de Soberania Tribunais. Tenho de concluir que começa a ficar extremamente perigoso viver em Portugal. Estas pessoas que propõem estas medidas persecutórias contra os jornalistas são pessoas que odeiam a liberdade de informação, odeiam a liberdade de expressão e para quem a democracia é um enorme incómodo. Ora, perante estes instintos persecutórios, fica quase um luxo perguntar-lhes pelo exercício da liberdade de expressão ou da informação. E nem sequer vale a pena perguntar pelo respeito mínimo pela democracia e pelas liberdades das pessoas, porque disso eu desde sempre estive convicto que nunca existiu plenamente em Portugal. Os métodos legítimos e democráticos para combater a violação ao segredo de justiça não se podem fazer punindo indiscriminada e brutalmente os jornalistas que se limitam a cumprir o seu ofício divulgando a informação. Uma tal violentação do jornalismo e da liberdade de informação é a volta aos métodos pidescos conhecidos no Estado Novo e na ditadura salazarista. Os jornalistas e o jornalismo livre e democrático são parte vital de uma legítima democracia, jamais podendo ser subvertidos ou esmagados. Afinal, perante este absurdo persecutório contra o jornalismo, parece já não haver a espantar, porque o 25 de Abril de 1974, uma vez mais, parece demonstrar a sua gigantesca farsa, e os anti-democratas de antes apenas mudaram de poiso. Na verdade, para se fazer uma democracia são indispensáveis verdadeiros democratas, ou seja, coisas desconhecidas em Portugal!



publicado por Sérgio Passos (twitter: @passossergio) às 11:45
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